Martim sozinho na noite de Natal?!

Era véspera de Natal, toda a paisagem estava coberta de neve e o ambiente estava muito silencioso. Sentado num galho de uma árvore estava o Martim, que suspirava enquanto pensava num plano para sair da história. Já tinha passado algum tempo desde que tivera a sua última conversa com alguém e a solidão apertava cada vez mais. Não era assim que ele queria sentir-se na época de Natal.

- Será que vou passar o Natal aqui sozinho? – gritou ele na esperança de ser ouvido por alguém, mas o som ficou abafado pelo cair da neve.

Decidido, saltou do galho de onde estava e começou a caminhar para o desconhecido manto branco.

Ele precisava urgentemente de companhia e de repente ele teve uma ideia, construir um amigo para lhe fazer companhia. Com as suas mãos pequenas começou a juntar a neve que cobria o chão. Rapidamente formou duas bolas grandes de neve, de forma a conseguir fazer um boneco quase do seu tamanho. Foi buscar uns galhos de árvore caídos no chão para os braços, apanhou umas pedras pequenas para desenhar os olhos e a boca e do bolso do seu casaco tirou uma cenoura para dar lugar ao nariz no rosto do boneco.

- Vou chamar-te Branquinho!

Afastou-se para ver melhor o amigo que tinha acabado de montar, mas enquanto dava uns passos para trás, uma rajada de vento que o fez cair, destruiu parte do seu amigo, levando a cabeça do boneco encosta abaixo.

- Oh não!! Por que é que nada pode ser como eu quero?

O Martim começa a correr para salvar o seu novo amigo e trazer de volta a cabeça levada pelo vento. De novo no seu lugar, aquele rosto sorria para Martim como que em forma de agradecimento. Mas mesmo assim Martim achava que o seu amigo ainda não estava perfeito.

- Ah, já sei! Precisas de estar mais quentinho!

Nisto o Martim tirou o seu cachecol e colocou em volta do boneco de neve, as luvas nas pontas dos galhos como que a cobrir as mãos e por fim colocou o seu gorro na cabeça do boneco.

- Obrigada Martim! – disse uma voz que fez o Martim dar um salto caindo no chão novamente.

- Não precisas de te assustar! – disse o boneco curvando-se e dando a mão a Martim para o ajudar a levantar-se.

- Tu…tu falas!! E moves-te!! Uau!

Martim incrédulo levanta-se e abraça o seu novo amigo!

- Obrigada Branquinho por seres o meu novo amigo!

- Oh Martim, eu é que agradeço por me teres criado, agora está na hora de nos protegermos desta tempestade de neve.

Os flocos de neve caiam com mais intensidade e o vento também estava a soprar mais forte. O Martim estava a ficar com frio, mas acima de tudo queria proteger o seu amigo. Decidiram procurar um abrigo. O vento empurrava-os com força e ameaçava a estabilidade do Branquinho, pois começava a arrancar-lhe alguma neve do seu corpo.

Já quase escurecia e os dois amigos pareciam perdidos no meio da tempestade, quando de repente algo surgia no meio da neve. Era a bola saltitona que vinha na direção deles.

- Martim! O que se passa? Porque estás aqui fora no meio desta tempestade?

- Estamos perdidos e estou a tentar salvar o Branquinho do vento forte!

A bola saltitona foi apressadamente chamar todos os amigos. Rapidamente surgiam o Senhor Gafanhoto Alfredo, a folha de papel, as libélulas que ajudaram a salvar o Branquinho e levaram o Martim até à Grande Árvore, a Simone, onde aguardava o coelho Óscar.

Rodeado pelos seus amigos, que deram as boas vindas ao Branquinho, Martim estava emocionado.

- Obrigado! Pensei que ia passar o Natal sozinho, mas vocês mostraram que eu nunca estou realmente só.

O coelho Óscar, com o seu ar sábio, exclamou:

- Então agora vamos celebrar o Natal, vamos entrar aqui na toca da Árvore Simone.

Na toca aconchegante e com decorações natalícias, pairava no ar um cheirinho a chocolate quente e a biscoitos acabados de fazer.

Naquela noite de natal, no calor da amizade, Martim descobriu que o verdadeiro espirito natalício não estava no lugar onde ele se encontrava, mas sim nos amigos que tinha ao seu lado.

Sobre mim...

Angela Antunes, gosto de escrever para crianças, porque assim como não há limites para sonhar assim também não há limites para escrever.

E como todas as crianças gosto de aventura, gosto de descobrir e não ficar parada.

PARTICIPE DA MINHA LISTA DE EMAILS

Aventuras Contadas

para ler e sonhar,

dão-te asas para voar!

Newsletter

Inscreva-se agora para receber

notícias minhas!

Criado por Angela Antunes