O Natal aproximava-se, Martim estava sentado na encosta. Não tinha nada para fazer e não encontrava ninguém com quem conversar. Apesar de contemplar a bela paisagem de inverno, ele sentia-se aborrecido.
Um vento frio começava a soprar e Martim estava a tiritar de frio.
De repente, viu ao longe a folha de papel a voar com o vento.
- Dona Folha, venha aqui ter comigo e faça-me companhia.
Mas a Dona Folha não o ouviu e seguiu o seu caminho.
- Oh, a Dona Folha podia levar-me com ela.
Nisto, passou o Senhor Pelicano e mal o Martim o chamou o pelicano respondeu-lhe logo:
- Agora não posso Martim, estou com pressa.
- Mas Senhor Pelicano, eu poderia ir consigo.
Mas o Senhor Pelicano já ia longe e não ouviu o Martim.
- Ninguém me quer fazer companhia, ninguém me quer levar.
O Martim encolheu-se ainda mais com o frio que sentia. E o tempo passou e o Martim não sabia o que fazer para se distrair. Mas começou a ficar com esperança quando viu o Senhor Gafanhoto Alfredo aos saltos, seguido pela tartaruga aos rebolões na sua carapaça. O Martim chamou, chamou, chamou, mas nenhum deles o ouviu.
- Mas o que se passa? Porque não me ouvem? Onde vão com tanta pressa. Já sei, vou atrás deles.
Martim levantou-se, determinado a perseguir os seus amigos, mas rapidamente os perdeu de vista e ficou logo desanimado. O Martim não queria passar o Natal sozinho e sem nada para fazer.
Estava a escurecer e começavam a cair os primeiros flocos de neve e o Martim não queria mais ficar ali.
De repente começou a ouvir um som, não via quem lá vinha, mas quanto mais se aproximava mais o som se tornava familiar.
Tum tum tum!
Era a bola saltitona que lá vinha, cheia de energia e desta vez vinha em direção a Martim.
- Olá Martim! Que fazes aqui sozinho?
- Eu não queria estar aqui sozinho mas ninguém parou para falar comigo.
- Então ainda não viste as luzes?
- Luzes? Onde?
- Anda comigo! As libélulas estão a organizar algo espetacular que vais adorar! – exclamou a bola rodando em volta do Martim.
Curioso, o Martim colocou-se em cima da bola e seguiram até ao vale.
Rapidamente o Martim ficou maravilhado pelos milhares de luzinhas cintilantes. Eram as libélulas que decoravam todo o espaço, e, no meio da clareira estavam reunidos os seus amigos, incluindo o coelho Óscar, que era o responsável por esta reunião natalícia.
- Martim! Chegaste mesmo a tempo meu pequeno! - disse o coelho Óscar.
O Martim estava muito feliz por aquela festa e magia que se espalhava no ar.
– Esta noite é especial, pois é sobre a partilha e sobre a amizade que aqui estamos – começou o coelho Óscar por dizer, servindo uma xícara de chocolate quente a todos – Portanto, meus caros, contem-me o que vocês mais desejam neste Natal.
A bola saltitona foi logo a primeira a falar, saltando alegremente:
- Eu desejo que continuemos a brincar juntos com muita energia!
- Eu desejo que que cada um de nós tenha coragem para saltar cada vez mais alto para ultrapassar os seus medos. – disse o Senhor Gafanhoto Alfredo.
- Eu desejo continuar a adaptar-me a todas as situações e continuar a voar por aí. – respondeu a folha de papel.
O Senhor Pelicano também se manifestou:
- Eu quero muito continuar a proteger toda a gente, desde o céu até à terra.
Empolgados, todos partilhavam os seus desejos. O Martim sentia-se especial ali entre os seus amigos, mas ele começava a querer mais do que estar ali.
- E tu Martim? – perguntou o coelho Óscar com o seu ar sábio.
Martim estava pensativo, mas misteriosamente sorridente.
- Sabe Senhor Óscar, gosto muito de todos, mas eu… eu quero sair deste livro e ir para o mundo real. – sussurrou o Martim.
O coelho Óscar sorriu como se já soubesse o que Martim desejava. Ali já era pequeno demais para o Martim e ele precisava de ir mais longe. E os verdadeiros amigos só têm de se ajudar para concretizarem os seus desejos.

Aventuras Contadas
para ler e sonhar,
dão-te asas para voar!
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Criado por Angela Antunes