O jovem rapaz aproximou-se da janela, com o coração a bater aceleradamente, as mãos um pouco trémulas, mas os olhos bem fixos olhavam para ela, sentada no banco do jardim à espera das amigas. O quanto ele desejava pegar-lhe na mão, acariciar-lhe o rosto, compondo a mexa solta de cabelo.
No ar ecoava a música entoada pela rádio escola…
‘Então,
Bate, bate coração
Louco, louco de ilusão
A idade assim não tem valor’
No banco do jardim atrás do pavilhão F da escola, a jovem rapariga com os seus cabelos meios soltos, lia o último número da revista dedicada a jovens raparigas da sua idade, cuja tiragem era mensal. Aguardava pelas amigas no banco habitual das fofocas. Ali conversavam sobre os seus ídolos, as novidades das aulas e as suas paixões e apaixonados.
Já ouvia o riso das amigas a virarem a esquina do pavilhão, quando no meio da revista lhe vem poisar um avião de papel.
Olhando ao redor não descobre imediatamente o autor da mensagem que trazia:
‘Aceitas ir dar um passeio no parque depois das aulas?
Sim Não
Assinado JT’
Não precisaria de dizer nada, pois o seu coração já batia a resposta.
‘Cinderela das histórias a avivar memórias, a deixar mistério…’
O passeio no parque traduziu- se no primeiro e único amor daqueles dois jovens, vivendo-se depois com muitos passeios no recreio da escola e a fazerem os seus planos.
‘Sabes Cinderela, eu gosto de ti’.
Agora, enquanto ensinam os seus pequenos filhotes a fazerem aviões de papel, relembram toda a sua história que perdura há trinta anos e que lhes trouxe tanta aprendizagem.
Mesmo sem saber se teria a pontaria certa, aquele jovem rapaz decidiu arriscar em dar asas ao amor cuja Cinderela, envergonhada, já o esperava.

Aventuras Contadas
para ler e sonhar,
dão-te asas para voar!
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Criado por Angela Antunes